O Uso da Curva ABC

             O princípio da classificação ABC ou curva 80 – 20 é atribuído a Vilfredo Paretto, um renascentista italiano do século XIX, que, no ano de 1897, realizou um estudo sobre a distribuição de renda. Ao término do estudo, Paretto percebeu que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme. Uma pequena parcela da população (20%) concentrava grande parte da riqueza em suas mãos (80%).

            O princípio da análise de Paretto passou então a ser estendido a outras áreas e atividades, tais como a industrial e a comercial e, a partir da segunda metade do século XX, passou a ser amplamente aplicado. Trata-se, portanto, de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa.

            A análise ABC dentro dos custos projetos é bastante disseminada, pois geralmente os projetos são compostos de múltiplas atividades, cada uma demandando vários recursos. Dessa forma, existem muitos itens com seus custos associados que devem ser controlados. Assim, a classificação ABC irá determinar os grupos de itens mais significativos do conjunto.

            Assim, como resultado de uma típica classificação ABC, surgem grupos divididos em três classes:

1. Classe A: são os itens mais importantes e que devem receber toda a atenção no primeiro momento de estudo. Os dados aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (estes valores são de referência, e não são fixos).
2. Classe B: são os itens intermediários, que deverão ser tratados após as medidas tomadas sobre os itens da classe A. Seus dados, em média, correspondem a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo 30 % dos itens estudados.
3. Classe C: são os itens de menor importância, embora volumosos em quantidade, mas com valor monetário reduzidíssimo. Em geral, somente 5% do valor monetário total representam esta classe e mais de 50% dos itens formam sua estrutura.

           

            O gráfico abaixo mostra como se caracteriza a curva ABC:

 

 Figura 7 – Representação da Curva ABC

Fonte: Slack, 1997, p. 37.

            Portanto, uma análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de controle de um item e seu impacto sobre os custos e a rentabilidade, o que de certa maneira pode variar de empresa para empresa.

            É inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais variados tipos de análise nas quais busca-se priorizar o que é mais ou menos importante num extenso universo de situações. Assim, estabelece-se o que merece mais ou menos atenção por parte da administração. Dentro do gerenciamento de custos de projetos permite concluir não somente sobre quais tipos de custos de um projeto devem ser contabilizados e analisados detalhadamente, como também o que deve realmente ser controlado posteriormente durante a execução do projeto.